Infelizmente no Brasil há um tempo eu vi muitas pessoas do nada fundando novos moto clubes e moto grupos e isso me lembra a época da fundação do Skull Rocker’s (na época ainda MG). Lembro que buscamos clubes e grupos da região que se encaixassem minimamente em nossos conceitos.
Sem obter sucesso nesse intento, decidimos iniciar a nossa própria caminhada, não mais como indivíduos, mas como membros de algo, de uma organização que foi moldada para ter suas próprias asas, com suas próprias regras e fundamentos.
Pesquisamos nomes (dentro e fora do Brasil) e montamos nosso brasão para ter a certeza de que seríamos únicos. Escolhemos ser um MG, pois entendiamos nossas limitações no momento. Skull Rocker’s soava legal, e refletia nossa ideia. A Rocker e o Biker (inspirados em uma ilustração de D. Vicent, ícone da Kultura Kustom) simbolizavam bem um clube que aceita motociclistas independente do sexo, raça, credo ou opção sexual (afinal sua vida é sua vida).
Não somos “Old School”, pois esta denominação não nos cabe, fizemos nossas escolhas e as seguimos. No entanto, respeitamos a velha escola, os clubes tradicionais, aqueles que verdadeiramente (e não por causa de um seriado ou filme) podem ser chamados de Old School. Somos sinceros em nossa proposta e buscamos ser verdadeiros nisso. Aprendi nesses anos de SKROMC que a pressa de se rotular pode custar caro, pois os rótulos trazem coisas boas e coisas ruins também e você tem que estar preparado para elas.
Com erros e acertos, no momento certo, decidimos votar nosso estatuto, montamos nossa diretoria do Charter Vale das Espinharas – Original e lançamos no ar a nossa ideia. Nos tornamos Moto Clube com a maturidade necessária (ou não…)
As ideias lançadas se tornaram sementes que caíram em terras longínquas, germinaram e novos Charters, formados por pessoas com a mesma visão do que é (ou do que pode ser) um moto clube, surgiram.
O clube cresceu! Conseguimos nosso reconhecimento e um padrinho para adentrar os rincões mais tradicionais do motociclismo brasileiro, Os Ursos MC acreditou em nossa visão de clube, pois, mesmo com diferenças de funcionamento, o que vale é o respeito.
O clube cresce! Um passo de cada vez… sem pressa e sem pressão, ano a ano. Assim o tempo nos trouxe gratas surpresas. Novos membros… novos prósperos… novas ideias que se agregam a nossa e fizeram do Skull Rocker’s Motorcycle Club o que ele é hoje, pois o clube não sou apenas eu e minhas vontades, mas um coletivo de ideias em constante evolução, cheio de imperfeições.
Aprendemos com os anos, e da forma mais dura, que individualismo não cabe em um clube sério. O que cabe aqui, mesmo com tantas e tantas opiniões e visões de mundo divergentes, acima de nossas ideologias pessoais, é sua dedicação aos que dividem e aos que dividirão cores com você um dia.